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domingo, 22 de dezembro de 2013

O Dojo e a Conduta do Karateca


“A ação do ritual na formação do homem é secreta; ele previne o mal antes que ele apareça; ele nos aproxima do bem e nos afasta do mal sem que nos apercebamos”. LI-KI
2.1. INTRODUÇÃO
Os rituais em todos os Dojo propõem aos praticantes uma série de atitudes e gestos que facilitam as relações entre eles deixando claro o desejo comum de obedecer a uma ordem válida para toda a comunidade e para cada um. A intenção do praticante é sempre a de estimular o progresso na arte de todas as pessoas sem perder o desenvolvimento individual.
A prática de karate está repleta de exercícios marciais, combativos, porém com um total espírito de conciliação, buscando a vitória pela harmonia, pela paz, procurando esquecer as atitudes egoístas e pensando sempre no grupo e como sendo parte dele. O karateca treina com seu companheiro com todo respeito e consideração, pois o considera como parte de si mesmo e sem o qual não há treinamento.
Daí ser fundamental tratar o companheiro com cortesia e agradecimento por ele dá a possibilidade de você treinar e de aprender com ele. Ao professor, se deve o respeito e o agradecimento pela transmissão dos conhecimentos e pela dedicação e esforço em ensinar segredos que foram por muitos séculos restritos a uma minoria privilegiada. Respeitar e se fazer respeitar é uma das regras mais importantes durante os treinamentos. Conciliar e nunca confrontar é o princípio básico. Esquecer-se da palavra “eu” e substituí-la pela palavra “nós” é a essência do ensinamento. Outro ponto fundamental é que não se treina karate, mas sim, para a vida.
Portanto, fica claro ao praticante e ao grupo que o fundamental não é vencer, não é derrubar, não é ser o mais forte, mas descobrir o potencial individual, o centro das ações e se, ele não for o centro, colocar-se em uma de suas órbitas, de acordo com suas reais condições.
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2.2. O DOJO
O lugar onde se pratica Artes Marciais é denominado “Dojo”, esta palavra foi emprestada do Zen Budismo, significando “Lugar de Iluminação” (onde os monges praticavam a meditação, a concentração, a respiração, os exercícios físicos e outros mais). A palavra dojo significa literalmente:
¾ DO – Caminho, estrada ou trilha (sentido espiritual); ¾ JO1 – Lugar (espaço físico).
Algumas pessoas referem-se à academia de karate como um dojo, porém as duas coisas são diferentes. A palavra dojo somente se refere ao espaço físico onde ocorre o treino de karate (leia-se arte marcial japonesa), enquanto academia se refere ao local onde se pratica karate. Portanto, o dojo é o lugar onde se pratica o “caminho”.
Alguns podem perguntar sobre qual o caminho que se pratica em um dojo, a resposta vem, mais uma vez, do Budismo (mais precisamente do Zen); O homem deve despertar em meio às questões de todos os dias, vivendo intensamente no presente e concedendo atenção integral às coisas do cotidiano, para, desta maneira, retornar à naturalidade de sua natureza, conforme ditado Zen:
“Antes de estudar Zen, as montanhas são montanhas e os rios são rios. Enquanto estuda Zen, as montanhas deixam de ser montanhas, os rios deixam de ser rios. Uma vez alcançada a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas e os rios voltam a ser rios”.
Isto quer dizer que um pintor alcança a felicidade pintando, um médico realizando cirurgias e um karateca praticando karate.
2.2.1. A LIMPEZA DO DOJO
O dojo é limpo através do uso de panos úmidos empurrados sobre o piso pelos estudantes, fazendo com que a sujeira seja removida e não esfregada. Isto é importante, pois limpar o chão é um exemplo de humildade (não um castigo) que faz bem para o desenvolvimento do indivíduo.
1 JO – Mesmo tendo a mesma pronúncia de bastão (jo), seu ideograma japonês é diferente.
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A limpeza deve ser executada antes do treinamento e será precedida por uma boa varrida do piso. Os estudantes limpam o chão, enquanto o professor e alguns alunos geralmente não participam da limpeza.
2.2.2. OS PRINCIPAIS ELEMENTOS O dojo tem em cada um de seus cantos um significado diferente:
¾ SHIMOZA - Local onde ficam os alunos durante os treinamentos; ¾ SHIMOZEKI - Local onde ficam os alunos que desejam falar com o professor;
¾ JOZEKI - Local onde fica o aluno mais graduado;
¾ KAMIZA - Lugar de Honra reservado ao professor e convidados;
¾ SHOMEN – É a parede da frente do dojo;
¾ NAFUDA – Quadro na parede do dojo que contém plaquetas com o nome dos membros da academia;
¾ HATA – É a bandeira da academia.
Uma demonstração tradicional de cortesia é o cumprimento, isto tanto é verdade que ele é realizado no início e no final da aula de frente para o Shomen (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte). Ao cumprimentar, você deverá olhar para baixo e não na face do seu oponente – olhar na face de alguém durante um cumprimento é sinal de falta de confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas:
¾ RITSU REI – cumprimento em pé; ¾ ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA).
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A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural (SHI-
ZENTAI), curvar o corpo apenas em 30o e segurá-la por meio segundo e retornar a posição ereta (ritsu rei). O cumprimento deve acontecer nas situações a seguir:
¾ Quando entramos ou saímos do dojo; ¾ Quando o professor entra ou sai do dojo;
¾ No início e final de um combate;
¾ No início e final da aula;
¾ No início e final de um kata;
¾ No início e final de um exercício com um companheiro.
O Zarei é realizado a partir da posição Seiza (o praticante senta-se sobre seus calcanhares e quando o fizer deverá abaixar sua perna esquerda e em seguida a direita, colocando o dedão do pé esquerdo sobre o do direito, ao levantar-se ocorre à inversão), inclinando-se o corpo e as mãos descem suavemente das coxas para o chão, formando um triângulo onde a testa tocará.
Retirado: Iniciação ao Karatê   http://www.ebah.com.br

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