“Na verdade, a essência da arte
foi resumida nestas palavras: O karatê começa e termina com cortesia”
(Funakoshi, 1994, p. 44).
Você deve ser sempre profundamente
solícito com cortesia, sendo sempre respeitoso e obediente aos mais velhos. Não
existe arte marcial que não ressalte a importância da cortesia e das boas
maneiras. (Funakoshi, 1998, p. 50).
Karate-do não é somente a
aquisição de certas habilidades defensivas, mas também o domínio da arte de ser
um membro da sociedade bom e honesto.
Os jovens, em particular, deveriam
mostrar um interesse maior por suas famílias, e isto, sem dúvida, é uma questão
importante, não apenas para o possível praticante de karatê, mas também para
todo membro da raça humana. A mente do verdadeiro karateca deve estar imbuída
de tais desvelos, antes de voltar a atenção para o seu corpo e para o
aperfeiçoamento de sua técnica. Amor ao karatê, amor a si mesmo, amor à família
e aos amigos: todos levam ao amor à própria pátria. O verdadeiro sentido do
karatê só pode ser alcançado através desse amor (Funakoshi, 1994, p.110).
...o karatê não é, nem jamais foi,
meramente, uma forma bruta de autodefesa. Pelo contrário, quem quer que
realmente domine a arte do karatê tomará cuidado para não aventurar-se em
situações ou lugares perigosos, onde possa ser forçado a usar a arte
(Funakoshi, 1994, p. 121).
“Tenha cuidado”, escrevi num dos
meus primeiros livros, “com as palavras que fala, pois, se você for arrogante,
fará muitos inimigos. Nunca se esqueça do antigo ditado que diz que um vento
forte pode destruir uma árvore robusta, mas o salgueiro verga-se, e o vento
passa sobre ele. As grandes virtudes do karatê são a prudência e a humildade”
(Funakoshi, 1994, p.102)
“O segredo da vitória está em
conhecer a si mesmo e a seu inimigo” (Funakoshi, 1994, p.29).
Com o Karate-do, oferecendo sua
ajuda aos outros e aceitando-a deles, o homem adquire a habilidade de elevar a
arte ao estado de crença, em que possa aperfeiçoar corpo e alma e assim
finalmente chega a reconhecer o significado verdadeiro do Karate-do (Funakoshi,
1994, p. 117).
Você estudará métodos de negacear
e penetrar nas defesas do seu oponente, e reconhecerá como são essenciais um
sentimento vigoroso e intrépido e um forte espírito de luta. Por último, você
chegará a uma compreensão profunda de que além do que pensamos, que é o máximo,
sempre há algo melhor (Funakoshi, 1998, p. 55).
O karate-do é uma arte marcial
nobre, e o leitor pode ter certeza de que aqueles que se orgulham de quebrar
tábuas ou telhas, ou que se vangloriam de poder realizar façanhas exóticas,
como cortar a carne ou quebrar as costelas, realmente não conhecem nada de
karatê. Eles estão brincando nos galhos e entre as folhas de uma árvore
frondosa, sem ter a mínima idéia do tronco (Funakoshi, 1998, p. 17).
...sempre há alguns que têm como
desejo único aprender karatê para utilizá-lo numa luta. Esses quase
inevitavelmente abandonam o curso antes mesmo da metade do ano, porque é quase
impossível que qualquer jovem, com objetivo tão tolo, continue por muito tempo
no karatê (Funakoshi, 1994, p. 112).
Quando cheguei a Shuri, estava
cheio de remorso. Por que havia entrado no confronto da guerra de braço? Teria
sido por mera curiosidade? Mas a resposta verdadeira me veio a mente: era
confiança excessiva em minha força. Numa palavra era orgulho. Era uma violação
do espírito do Karate-do e me sentia envergonhado (Funakoshi, 1994, p. 65).
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